O presidente do PSD/Açores afirmou esta sexta-feira que as grandes prioridades do partido no debate da proposta de Orçamento e Plano da Região para 2016 são as áreas da saúde, emprego, transportes e agricultura.
“Face à difícil realidade que nos atinge, o Plano e Orçamento para o próximo ano deveria, pelo menos, constituir um esforço para concretizar uma aposta clara nas condições para a criação de emprego, na melhoria significativa do acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, no investimento no transporte inter-ilhas, no combate ao insucesso escolar, assim como a difícil situação que atravessa a lavoura açoriana”, afirmou Duarte Freitas, em conferência de imprensa.
O líder dos social-democratas açorianos salientou que as áreas definidas como prioritárias resultam do périplo que fez pelas nove ilhas do arquipélago, em que contactou cidadãos e parceiros sociais, à semelhança do que já fizera no ano passado.
“Falámos com centenas de pessoas e com parceiros sociais, em todas as ilhas. De todo este trabalho resultou a identificação de problemas e de prioridades a que vamos ter de saber responder. Este compromisso traduz o trabalho que fazemos junto das populações, identificando as suas necessidades e integrando essas vontades na definição de políticas para a região, porque é essa a nossa missão: responder aos anseios e aspirações dos cidadãos”, referiu.
Para Duarte Freitas, a discussão anual dos documentos orçamentais “deve ser aproveitada para debater o estado da Região”, sempre em “proximidade e com um diálogo olhos nos olhos com os cidadãos”.
“Os cidadãos, por muito que os queiram fazer meros sujeitos das decisões e da governação, querem verdadeiramente ser atores do seu futuro. E isto é uma riqueza que não podemos mais desperdiçar”, disse.
O presidente do PSD/Açores sublinhou que, naquele que é o último Orçamento da legislatura, da parte do governo regional “não se esperam novidades”, dado que “a falta de estratégia e de políticas consequentes não se pode corrigir no último ano de um mandato de quatro”.
Na área da saúde, o líder social-democrata considerou que “os açorianos não podem ser cidadãos de segunda” e deu como as listas de espera nas unidades hospitalares do arquipélago e a falta de especialistas nas ilhas sem hospital.
“As listas de espera nos hospitais são infindáveis. Nas ilhas onde não há hospital a demora na vinda de médicos-especialista aos centros de saúde de cada ilha e o demorado encaminhamento para os hospitais regionais põe em perigo a saúde da população”.
Em relação às políticas de emprego, Duarte Freitas defendeu que os Açores precisam de um modelo de desenvolvimento “que crie riqueza e emprego local”, de modo a evitar que os jovens sejam obrigados a emigrar em busca de oportunidades.
“Os nossos jovens emigram em busca de formação e de emprego. Estamos perante uma taxa de desemprego jovem insustentável. Precisamos de mais economia, de mais empresários e de um governo regional que seja supletivo e não dominador, castrador da iniciativa das famílias e dos empresários”
No setor dos transportes, o presidente do PSD/Açores considerou que o desenvolvimento da economia açoriana “está a ser fortemente penalizado porque não existe um sistema de transportes eficaz inter-ilhas, que dê corpo a um verdadeiro mercado regional”.
“Os pescadores têm dificuldades em criar mais-valias porque as ligações aéreas e marítimas constituem um entrave. A lavoura sofre porque não consegue escoar os produtos. A inexistência de um sistema de transportes eficaz aumenta as disparidades entre as ilhas e agrava as diferenças no desenvolvimento social”, afirmou.
Segundo o líder social-democrata, “a melhoria significativa dos transportes inter-ilhas é uma ambição dos empresários, das famílias e é uma prioridade do PSD/Açores”.
Duarte Freitas referiu que, no último verão, o “estrangulamento” das ligações inter-ilhas impediu que as ilhas mais pequenas pudessem beneficiar ainda mais do reencaminhamento de turistas chegados aos Açores nas companhias aéreas “low-cost”.
O presidente do PSD/Açores mostrou também a sua preocupação com “os problemas que o coração da economia açoriana, a lavoura, enfrenta”, lembrando que “quando o sector agrícola nos Açores fraqueja, são todos os Açores que saem a perder”.
“Temos todos que dar as mãos para se encontrar as melhores soluções. Porque estamos perante um sector da economia açoriana de forte influência na estabilidade social da Região. Temos de assegurar ações políticas europeias e nacionais, mas não podemos deixar de ter políticas agrícolas regionais que deem tranquilidade e segurança aos agricultores”, frisou.
O líder social-democrata alertou ainda para as baixas de taxas de execução orçamental por parte do governo regional, o que mostra muitas das promessas feitas pelo PS aos açorianos “não têm sido cumpridas”.
“Não podemos pactuar com taxas de execução orçamental miseráveis, de 42 por cento, como esta com que o governo fechou o terceiro trimestre de 2015. Isto quer dizer que prometem fazer e não cumprem. Isto quer dizer que investem em palavras e não em investimento produtivo.
Duarte Freitas anunciou ainda que na próxima semana, os deputados do PSD/Açores vão reunir-se em jornadas parlamentares para “decidir sobre as propostas de alteração à proposta de Plano e Orçamento para 2016” que o partido vai apresentar na Assembleia Legislativa dos Açores.
GI PSD Açores/RL Açores