O Presidente do CDS-PP Açores, Artur Lima, apresentou, este Domingo à tarde, o técnico de farmácia Rui Martins como cabeça de lista do partido pelo círculo eleitoral da ilha do Faial às eleições Regionais deste ano, porque “o Faial está como o tempo: precisa de mudar de estação”.
Na sessão pública de apresentação da candidatura, que decorreu numa unidade hoteleira da cidade da Horta, com a presença do Secretário-geral nacional do CDS, Pedro Morais Soares, e com uma “madrinha muito especial da candidatura”, a médica Isabel Galriça Neto, Rui Martins foi perentório: “não me candidato para defender ideologias; candidato-me para defender ideias; para defender projetos que possam dinamizar a economia local, captar investimentos e contribuir para que a riquíssima história desta ilha se volte a repetir como baluarte cosmopolita desta Região, que a cidade da Horta sempre foi”.
Artur Lima usou a instabilidade meteorológica desta primavera para apelar aos eleitores Faialenses: “o que eu espero é que tal qual o tempo nos Açores, as eleições Regionais mudem. Nós, num dia, temos as quatro estações, mas o Faial anda há muito tempo apenas entre o inverno e o outono. É preciso trazer uma primavera ao Faial; é preciso trazer um verão ao Faial; é preciso trazer luz a esta ilha; é preciso trazer vida ao Faial”.
E, acrescentou o líder dos democratas-cristãos açorianos, “não é uma vida com laranjas ou com rosas, é uma vida com juventude, com ideias, uma vida diferente, uma vida que ponha o Faial no seu lugar próprio. E isto só se faz como a natureza nos ensina: mudando de estação. Está na altura de mudar da estação da laranja e da rosa para a estação da juventude, da inovação, da criatividade, que é isto que o Rui Martins nos vai trazer com o seu trabalho e empenho”.
Para Artur Lima, as eleições Regionais deste ano são “a altura do Faial, pela primeira vez na história, ter um deputado do CDS”, justificando esta afirmação com um ensinamento antigo: “A minha avó ensinava-me que aos 40 devemos mudar de ementa; pois a Autonomia está a fazer 40 anos, então vamos mudar de ementa e vamos eleger o Rui Martins como deputado do CDS pelo Faial”.
Para a liderança regional do CDS, os Açorianos devem também ter em linha de conta outra questão fundamental nas próximas eleições de outubro: “Não se trata só de eleger um deputado. A minha preocupação, enquanto Presidente do CDS-PP Açores, é a de escolher gente capaz, gente nova, gente que traga algo de novo à política. Estamos todos cansados de ver sempre as mesmas caras na política e o Faial é um exemplo estafadíssimo disto. É altura de começar a pôr os pontos nos ís. É preciso falar daquilo que é verdadeiramente importante: falar de desenvolvimento, de emprego, de qualificar a nossa juventude, falar de coesão… enquanto estivermos de costas voltadas uns para os outros não vamos a lá nenhum”.
Sobre o candidato do CDS – Rui Martins, técnico de farmácia, com 36 anos, casado e pai de um filho – Artur Lima diz que “vai fazer a diferença, com ideias, dignificando muito a democracia-cristã, dignificando muito bem a direita”. E por falar em direita ficou ainda um último repto: “Está na altura de a direita se começar a assumir, porque temos que defender aquilo em que acreditamos. Está na altura de nós começarmos a legislar naquilo em que acreditamos e eu não tenho dúvidas que o Rui Martins o vai fazer, porque é uma pessoa de convicções, que vai fazer um extraordinário trabalho pelo Faial. Os Faialenses não se vão arrepender de o eleger”.
Dar valor ao Faial
Rui Miguel Oliveira Martins, licenciado em farmácia pela Escola Superior Técnica de Saúde de Lisboa, membro fundador de diversas associações de índole cultural e ambiental no Faial (como, por exemplo, o Teatro de Giz, a Música Vadia ou a Azórica – Associação de Defesa Ambiental, antigo membro do grupo musical Bandarra), é atualmente Presidente da Comissão Política da Ilha do Faial do CDS-PP, cargo para que foi eleito em Maio de 2015, precisamente um mês antes de ter assumido responsabilidades como membro da Comissão Política Regional do partido. Já foi candidato em listas do CDS, então na qualidade de independente, nas Regionais de 2012 (como segundo candidato), ou nas Autárquicas de 2013, à Câmara Municipal na Horta.
Na sua apresentação frisou que “é com grande orgulho e sentido de missão que me apresento perante vós”, assumindo que “a decisão foi ponderada, mas não foi difícil de tomar”, até porque “há muito tempo que tinha a perceção que tinha que sair da minha zona de conforto, ou seja, deixar de ser um critico de bancada e passar à ação”. Tudo isto, justificou, porque “é necessário mostrar que, no Faial, existem pessoas com ideias, que fogem à norma do poder instalado”.
Reconhecendo que o panorama que espera a sua candidatura “é tudo menos fácil”, dada “a cristalização do voto no Faial (as pessoas votam assim, porque sempre votaram”), mas, também, pelo desinteresse que a política e os políticos têm provocado nas pessoas, Rui Martins salienta que “o Faial tem 4 deputados e que isso não contribuiu minimamente para a decisão de quem é que é Governo nos Açores”, criticando “os principais partidos por fazerem campanha na ilha sempre a ludibriar os eleitores eventualmente mais incautos, dizendo-lhes que se o seu voto é num candidato a presidente do governo regional. Isto não é verdade. Exatamente pelo facto desta decisão de quem forma governo não passar pelo Faial é que sou apologista que temos que ter diversidade e pluralidade de vozes e opiniões na Assembleia Legislativa da Região, em defesa dos interesses dos Faialenses”.
Crítico do desempenho dos eleitos do PS e do PSD pela ilha ao longo dos anos, o cabeça de lista do CDS-PP afirma que “a realidade de 2 deputados a favor, porque tem que ser assim, e de 2 deputados contra, porque assim tem que ser, não serve o Faial e não serve os Faialenses. A minha candidatura não é contra ninguém, é a favor do Faial, e da relevância que esta ilha merece no panorama regional, porque, a realidade, é que o Faial perdeu a importância e o papel que tinha junto dos decisores políticos regionais”.
Por fim, definiu-se: “Eu não sou a favor porque sim, nem sou contra porque não. É necessário questionar, descodificar a importância e o objetivo das propostas, das iniciativas, dos projetos e, até mesmo, das algumas toneladas de betão que ciclicamente nos despejam aqui na ilha, de certo modo para satisfazer a clientela local e eles poderem dizer aos seus congéneres que, afinal, o Governo até se preocupa connosco. Não me candidato para defender ideologias; candidato-me para defender ideias; para defender projetos que possam dinamizar a economia local, captar investimentos e contribuir para que a riquíssima história desta ilha se volte a repetir como baluarte cosmopolita desta Região, que a cidade da Horta sempre foi”.
GI CDS-PP Açores/RL Açores