O cabeça de lista da Coligação CDS-PP/PPM “Aliança Açores”, Félix Rodrigues, apelou, esta segunda-feira, para que os Governos Regional e da República “não cedam um milímetro” na identificação das responsabilidades norte-americanas no âmbito do processo de redução do seu efetivo militar na base das Lajes, criticando os “encontros secretos” publicamente revelados que considera serem “contra-informação”.
“Na próxima reunião da Comissão Bilateral de Acompanhamento do Acordo da Base das Lajes devem continuar a ser defendidos exatamente os mesmos princípios e a tentar resolver-se exatamente os mesmos problemas que até hoje já estão identificados”, defende o candidato, advertindo que “não nos podemos deixar entusiasmar com questões que são laterais aos verdadeiros problemas”.
Félix Rodrigues frisa que “a base das Lajes é um problema de Portugal e da Região, com ênfase particular na ilha Terceira”, salientando que, “nos últimos tempos, assistimos ao despedimento de cerca de 400 trabalhadores, por mútuo acordo”, o que não deixa de significar “um impacto económico grande na ilha”.
Por outro lado, acrescenta o cabeça de lista da coligação CDS-PP/PPM às próximas eleições Legislativas de 4 de Outubro, “ouve-se que os norte-americanos estão interessados em instalar nas infraestruturas da base militar uma central de espionagem”, alertando para o facto de as entidades açorianas e portuguesas “não se deixarem levar por promessas vãs”.
“Parece que querem instalar uma central de espionagem que resulta de encontros secretos. Há um conjunto de pessoas a ter encontros secretos com os norte-americanos. Até me apetecia dizer que eu próprio já tive um encontro secreto. Mas o meu foi tão secreto, tão secreto, que nem eu sei que tive um encontro secreto”, ironizou Félix Rodrigues, afirmando que “isto parece-me ser desinformação”.
A coligação “Aliança Açores” entende que “estamos numa altura extremamente importante deste processo para não cedermos um milímetro nas responsabilidades norte-americanas no impacto sócio económico local e regional, porque apesar de podermos resolver os problemas dos trabalhadores que foram despedidos com indemnização, quem andava à volta da base, com pequenos negócios, está a sofrer na pele as consequências gravosas da decisão dos Estados Unidos”.
“Não nos devemos deixar levar por promessas vãs. Só devemos alterar a nossa estratégia quando começarmos a ver, do ponto de vista prático, a realização de uma determinada ação por parte dos norte-americanos que minimize, efetivamente, o impacto na economia regional e terceirense”, frisou.
“Não nos podemos deixar entusiasmar com questões que são laterais aos problemas, porque temos é que resolver os verdadeiros problemas. Estes colocam-se no futuro muito próximo e ainda nem sequer existe uma programação, uma calendarização, para que as autoridades norte-americanas comecem a reduzir as consequências da decisão que tomaram”, apontou.
Assim, Félix Rodrigues defende que as autoridades portuguesas “têm que estabelecer, claramente, metas para a aplicação do efetivo contributo norte-americano de diminuição dos impatos sócio-económicos da ilha Terceira, porque é fundamental para a economia local e regional”, reforçando que “nem o Governo dos Açores, nem o Governo da República, podem ceder um milímetro na identificação das responsabilidades norte-americanas.”
GI CDS-PP Açores/RL Açores