Governo dos Açores adjudica “muito em breve” venda de 155 hectares de madeira de criptoméria certificada, anuncia João Ponte

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas anunciou hoje, no Nordeste, que será adjudicada “muito em breve” a uma empresa local a venda de 155 hectares de madeira de criptoméria certificada, contribuindo para o aumento da exportação de madeira dos Açores certificada.

“Muito em breve, na sequência de um concurso público, iremos adjudicar a uma empresa local a venda de madeira de criptoméria certificada com eco-rótulo do FSC e a reflorestação das áreas cortadas, de 155 hectares, com um prazo de exploração de cinco anos”, afirmou João Ponte na abertura do seminário ‘Gestão Florestal Certificada – novos desafios para a floresta dos Açores’.

Na sua intervenção, salientou que, com esta ação, criou-se a possibilidade dos produtores florestais privados poderem entrar e beneficiar dos circuitos de exportação, recordando que, “durante muitos anos, a exportação de madeira era praticamente inexistente, cingindo-se a um ou dois operadores”.

Para João Ponte, um dos grandes desafios que se coloca à floresta dos Açores prende-se com o facto de, dentro de 10 anos, os povoamentos de criptoméria que os privados foram realizando com o apoio de fundos comunitários estarão prontos a cortar e o mercado interno não irá conseguir absorver toda a madeira.

“O mercado que já estamos a conquistar com a venda das áreas públicas, associado à certificação, terá de ser o caminho do futuro”, frisou o Secretário Regional, acrescentando que importa aprofundar a promoção da madeira junto de compradores nacionais e internacionais.

A participação em feiras internacionais para promoção do potencial produtivo da floresta dos Açores, o apoio a projetos que visem a inovação e a criação de novos produtos foram outros dos desafios apontados pelo titular da pasta das Florestas.

Para João Ponte, importa também apostar na divulgação das marcas ‘Criptoméria dos Açores’ e ‘Açores – Floresta’ para procurar a valorização em novos mercados, bem como na capacidade do setor da madeira se associar para ganhar dimensão e competitividade.

“Vemos hoje, com orgulho, o que há poucos anos não julgávamos ser possível, a madeira de criptoméria ser utilizada, apreciada e divulgada no país e no estrangeiro”, salientou João Ponte, manifestando confiança de que este é apenas o início de uma caminhada que se quer de sucesso.

A floresta dos Açores gera atualmente um volume anual de cerca de dois milhões de euros com a venda direta de material lenhoso e de 12 milhões de euros, quando contabilizado ao nível do setor industrial da primeira transformação.

O seminário que decorreu hoje no Nordeste contou com a presença do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, e juntou responsáveis políticos, investigadores, empresários e outros parceiros numa reflexão sobre os novos desafios para a floresta dos Açores.

A área florestal e espaços naturais na Região totalizam mais de 72 mil hectares, dos quais 16 mil hectares são públicos.

GaCS/RL Açores