PSD e PS “não foram capazes de operar uma mudança estrutural na sociedade açoriana”, critica Graça Silveira

A Vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Graça Silveira, apontou, esta terça-feira, criticas às governações do PSD e do PS, ao longo dos últimos 40 anos de autonomia, pelo facto de terem implementado um modelo de desenvolvimento económico e social que “não garante um futuro aos jovens”, “empurra a geração mais qualificada de sempre para o desemprego e para a emigração”, “estimula a pobreza através de programas assistenciais, com fins eleitoralistas” e que “usufruiu dos maiores orçamentos da história da autonomia, mas não paga aquilo que deve”.

No âmbito de uma Interpelação ao Governo Regional sobre o modelo de desenvolvimento da Região, Graça Silveira lamentou que “o Governo do PS teve 18 anos para promover uma economia dinâmica que permitisse aos Açorianos ter um nível de vida uniforme em toda a Região, mas não o fez. E a prova disso, é que na avaliação da eficácia das políticas públicas em termos de aumento de qualidade de vida, da inclusão social, e da redução das disparidades territoriais, os Açores ocupam o último lugar do índice de coesão”.

Aos olhos dos Deputados democratas-cristãos “hoje, temos uma economia açoriana que se caracteriza por uma enorme fragilidade do tecido empresarial, pela completa dependência de subsídios públicos e pela concorrência desleal do sector público à iniciativa privada em variadíssimos setores de atividade”.

Nesse sentido, profetizou, “aquilo de que os Açores verdadeiramente precisam é que o Governo estimule a nossa economia e, por essa via, fortaleça as nossas empresas, para que estas possam assim criar emprego efetivo e remunerar melhor os seus trabalhadores”, criticando que a opção tomada pelos socialistas tenha optado “pela criação de uma série de programas assistencialistas, que deviam ser uma exceção e para um grupo restrito de beneficiários, que estão perigosamente a generalizar-se na sociedade açoriana e que, de resto, têm o efeito perverso de mitigar os reais números do desemprego na Região”.

Graça Silveira referiu que os Açores “continuam a ter uma taxa de desemprego jovem muito acima da média nacional, e pior, bastante qualificado; na educação continuamos em último lugar nos rankings das tabelas a nível nacional”, para além de que “existem taxas de abandono escolar precoce como as que temos nos Açores” e, “em algumas escolas da região mais de 90% dos alunos tenham apoio da ação social escolar”.

Por outro lado, prosseguiu, “é inconcebível, que existam açorianos há mais de 3 anos à espera por uma cirurgia e que ainda exista uma franja significativa da população que não tenha médico de família”, bem como “é inconcebível que uma viagem entre os Açores e Lisboa custe menos do que uma viagem inter-ilhas ou de que um táxi da Povoação para Ponta Delgada”.

Assim, concluiu, “a verdade é que praticamente duas décadas de governação socialista não foram capazes de operar uma mudança estrutural na sociedade açoriana”, lamentando que os resultados de 40 anos de governações do PSD e do PS “não garantam um futuro aos jovens”, “empurra a geração mais qualificada de sempre para o desemprego e para a emigração”, “estimula a pobreza através de programas assistenciais, com fins eleitoralistas” e “usufruiu dos maiores orçamentos da história da autonomia, mas não paga aquilo que deve”.

GI CDS-PP Açores/RL Açores